sábado, 21 de maio de 2011

Competitividade e inovação tecnológica nas energias renováveis

Verifica-se que o ritmo de evolução da tecnologia é mais elevado do que o ajuste da reorganização da sociedade face às inovações. Pois as energias renováveis, para serem utilizadas de uma forma rentável, generalizada, competitiva com as outras energias fósseis dominantes, exigem uma reorganização de infraestruturas na forma de organização da sociedade. As energias renováveis quase que têm o dom da ubiquidade, estão distribuídas de uma forma mais equitativa a nível global; o que não acontece com as fósseis e que favoreceram o desenvolvimento dos grandes aglomerados populacionais, urbanos e industriais, ultrapassando os limites das vantagens em termos, pelo menos, de qualidade de vida.

As renováveis são compatíveis com uma desconcentração e descentralização das várias funções inerentes aos desmesurados núcleos urbanos, e favorecem a dispersão de poderes dos que detêm ao controlo das fontes de energia fósseis.

O Livro Verde da União Europeia fixa um objectivo ambicioso: duplicar em 15 anos a contribuição das energias renováveis para o consumo energético interno bruto (ou seja, 12% em 2010), o que permitiria a criação líquida de mais de 500 000 postos de trabalho.Tal objectivo implica um envolvimento total por parte dos Estados-membros.Tal objectivo exige o reforço das políticas comunitárias:

mercado interno da energia (sistemas de créditos, harmonização fiscal, auxílios estatais, normalização);

ajudas financeiras específicas (programa ALTENER: 40 milhões de ecus para 1993-1997);

reforço da vertente das energias renováveis nos programas de investigação e desenvolvimento (programas JOULE e THERMIE);

política regional favorável à promoção destas energias, particularmente nas zonas periféricas e rurais;

política agrícola compatível, que apoie a produção e o desenvolvimento das fontes de energia sustentáveis;

Utilização dos potenciais para o desenvolvimento económico dos países da Europa Central e Oriental, dos países mediterrânicos e dos países em desenvolvimento:

“A plataforma europeia de tecnologia solar térmica foi hoje lançada oficialmente para facilitar a investigação nesta área e promover a entrada das novas tecnologias no mercado. O comissário europeu para a Energia, Andris Piebalgs, já saudou a iniciativa.”

“O sector do solar térmico pode ter um papel importante no futuro e contribuir para o desenvolvimento de um sistema energético europeu sustentável”, considerou hoje AndrisPiebalgs.
O comissário apelou à cooperação entre os vários agentes no mercado e no compromisso da indústria privada para “garantir a competitividade (...) e cumprir os objectivos da Estratégia de Lisboa”.
A energia solar térmica utiliza a radiação do Sol para produzir calor que depois pode ser usado para aquecimento doméstico de água e climatização.·
Actualmente já existem plataformas semelhantes para a energia fotovoltaica, hidrogénio, pilhas de combustível, biocombustíveis. O objectivo das plataformas europeias de tecnologia é desenvolver e implementar uma visão comum para um determinado sector ou área. Para isso, é necessário elaborar um programa de investigação a longo prazo. “

Fonte: Publico.pt 30-05-2006 http:/www.raplus.pt/300506_3.htm

Concluimos por estas razões que o valor dos recursos depende largamente da capacidade, do engenho/técnica e da experiência e ciência do homem em saber detectá-los. A divulgação da sua utilização só se manifesta quando a sua necessidade é reconhecida, como no caso da madeira e do ferro para a construção de barcos. No passado, o homem preocupava-se com a posse de minerais, de carvão e de borracha. Alguns países chegaram a envolver-se em guerras para poderem controlar a disponibilidade dos produtos. Hoje, as necessidades humanas são um pouco diferentes. O homem já não depende apenas das fontes locais para obter os recursos, e o melhoramento de meios de transporte reduziu o custo das matérias-primas para a indústria. Apesar disso, o princípio continua a ser o mesmo: prosseguir a procura activa e contínua de novos recursos susceptíveis de aproveitamento e de aplicação em larga escala, tendo em consideração o valor dos recursos renováveis, tais como os produtos animais e vegetais necessários à alimentação do homem. E com o mesmo princípio, o homem estrutura a organização socio-económica da sociedade centrada nos recursos energéticos e o domínio dos territórios com base nessa detenção e poder, desencadeando conflitos regionais subjacentes a uma geopolítica mundial. A organização da sociedade também evolui e sofre mudanças. Se as energias renováveis, que são por natureza mais equitativamente distribuídas espacialmente, ocuparem o papel dominante das fósseis, terão necessariamente consequências na organização das sociedades, nas relações sociais de produção e sua distribuição na superfície terrestre.

M.Hubbert previu em 1956, o pico máximo do petróleo para 1970, pois os choques petrolíferos ocorreram nas décadas de 70 e 80. os EUA, apesar de produtores de petróleo, dependem hoje de 70% da importação desse recurso energético.

Se o recurso energético dominante escasseia, os preços aumentam, é provável que a necessidade leve ao desenvolvimento das energias renováveis, passando a dominantes no final do séc. XXI, ainda que na fase de transição, das fósseis para as renováveis, se assista a um aumento da exploração do gás natural, com maiores reservas do que o petróleo e menos poluente do que o carvão. Também é

provável, que a energia nuclear de fissão nesta fase aumente e que para meados do séc.XXI venha ser substituída pela de fusão.

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