sábado, 21 de maio de 2011

Da Desflorestação da Amazónia.

http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1494936


Esta notícia lança mais uma vez para o debate a questão da Amazónia. O pulmão do mundo, continua a ser destruído sem que as nefastas consequências globais sejam ponderadas.
De tempos a tempos a situação ganha contornos políticos delicados, falando-se na questão da internacionalização da Amazónia, como modo de protecção desse território da pilhagem que tem sofrido. A parte mais irónica da questão passa por os países que preconizam a internacionalização de uma parte integrante do território Brasileiro e sobre a sua soberania, são também aqueles que têm empresas de exploração madeireira no território ou por outro lado são os grandes consumidores dos produtos exóticos de lá extraídos.
Não sendo a internacionalização viável devido ao gritante atropelo à soberania brasileira, outras soluções para uma gestão mais equilibrada do espaço têm que ser tomadas e implementadas pelo governo brasileiro, mas também com o apoio internacional. O apoio internacional justifica-se com o interesse que toda a humanidade tem na conservação daquele espaço para a manutenção do equilíbrio ecológico mundial.

Se o ritmo de desflorestação actual continuar, no final deste século a Amazónia poderá estar reduzida a 5% do seu tamanho actual. Os principais incentivos à desflorestação são a abertura de novos terrenos para cultivo, criação de terrenos para pasto de gado e o aproveitamento da madeira para construção. Ironicamente, o argumento ambiental tem sido muito usado para justificar a desflorestação de grandes parcelas de território, uma vez que em substituição das árvores é plantada cana do açúcar. Deste modo, o Brasil reduz a sua dependência dos combustíveis fósseis, que são recursos não renováveis, por cana do açúcar, que é transformada em etanol utilizado como combustível nos automóveis.

Consequências da desflorestação:

A Amazónia apresenta uma biodiversidade sem par no planeta. Calcula-se que existam ainda muitas espécies não descobertas, mas ao ritmo corrente de exploração cerca de 30 espécies são extintas por dia.
A agricultura intensiva provoca a erosão dos solos, correndo o risco de se tornarem inférteis rapidamente, levando ao seu abandono e desertificação.
A impermeabilização dos solos leva a que exista menos agua que possa evaporar, consequentemente existe menos chuva e humidade. Este problema atinge proporções globais, uma vez que as nuvens causadas pela evaporação das florestas deflectem parte da luz solar e ajudam no controlo e regulação térmica do planeta. Ou seja, parte do problema do aquecimento global é derivado do corte de floresta sem regras.


O melhor método para combater a desflorestação não passa apenas pela repressão dos infractores, mas também por fornecer às populações locais métodos que permitam tirar valor acrescentado da preservação da natureza. Em certos locais de África, tal foi conseguido através do eco-turismo e das reservas ambientais. Se uma população constatar que consegue ganhar mais com a protecção do meio ambiente do que com a sua destruição, será o primeiro garante na preservação do espaço natural, tal como ele está. As companhias farmacêuticas podem também tirar bastante valor da preservação da Amazónia, através da investigação da biodiversidade existente, para a produção de novos medicamentos.
É aqui que a comunidade internacional poderá vir em auxílio do Brasil, lançando programas conjuntos de protecção ambiental e de ecoturismo, mostrando o verdadeiro valor da preservação ambiental e ao mesmo tempo desenvolvendo economicamente uma das regiões mais pobre do Brasil.

Daniel Reis
17246
A-2

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