segunda-feira, 9 de maio de 2011

Eco-etiquetas, o caminho para o amanhã

A eco etiqueta é um mecanismo de mercado, corresponde a uma tendência moderna que pretende incorporar os preços dos custos ambientais na produção e distribuição dos bens ou serviços fornecidos. Distingue os produtos que cumprem os requisitos mais exigentes de funcionamento e qualidade ambiental. Esta etiqueta garante a conformidade com o meio ambiente.
Através desta iniciativa, abrangente a todos os países da união europeia, pode-se determinar quais os produtos “amigos” do ambiente, dando-lhes a devida importância e reconhecimento na sua promoção. Os produtos merecedores de tal distinção são, voluntariamente, sujeitos a rigorosos e exaustivos testes de controlo por entidades competentes e independentes, sendo essa qualidade não extensível a uma determinada marca ou gama de produtos mas, tão-somente, ao produto em análise. Os testes a que os produtos estão sujeitos dizem respeito a todo o seu ciclo de vida, desde a sua produção à sua decomposição, confirmando a sustentabilidade de tais bens. A característica da voluntariedade é algo que se tem de ter em conta, já que a iniciativa do produtor em sujeitar-se ao teste de controlo e qualidade revela uma grande confiança na qualidade da sua produção, posteriormente reconhecida e admirada.


Vantagens:

a nível dos produtores: 

·        Sendo o consumidor atraído por esta iniciativa, consegue aumentar a facturação.  

·        Pode diminuir custos

·        Agrega valor e prestígio à imagem da empresa e dos seus produtos.

·        Dá a diferenciação pretendida no exigente e disputado mercado, que tantas vezes faz a diferença entre a exclusão ou o aumento de consumo.

·        Credibiliza e torna a marca mais respeitada, passando esta a ser vista como uma marca digna do seu passado, empenhada no presente, a procurar o bem-estar do futuro. Torna-a próxima da realidade do mundo actual, envolvida na evolução e resolução dos problemas do mundo de amanhã.

·        Marca é vista com confiança, como quem procura o maior conforto e qualidade de vida dos cidadãos, destinatários dos seus produtos.

·        A eco etiqueta traz ao produtor um contacto maior com as novas técnicas de produção, com as inovações mais recentes na elaboração de determinados produtos.

A nível dos consumidores:

·        Com a procura por parte destes, os produtores amigos do ambiente terão, forçosamente, que sujeitar as suas técnicas a modos mais ecológicos, melhorando o ambiente, reduzindo o consumo de energia e facilitando a reciclagem dos mesmos produtos.
O consumo de recursos naturais também tem um decréscimo, como a água, a electricidade e matérias-primas, tantas vezes usadas e abusadas. Caminhando-se assim para uma verdadeira economia sustentável.

·        Com este certificado de garantia a confiança aumenta, sabendo o consumidor que o bem antes de chegar a si foi alvo de fortes controlos de qualidade por parte de uma entidade competente.

·        Concluindo, com esta distinção, a tão pouco educada sociedade começa, directa ou indirectamente, consciente ou inconscientemente, a mudar a mentalidade, passando as pessoas, no seu dia-a-dia, em gestos tão banais como a compra de um bem, a avaliar o impacto ambiental de um determinado produto e a reduzir os danos ecológicos sofridos com a sua aquisição.



O regulamento 1980/2000 de 17 de Julho de 2000 é competente nesta matéria, tendo sido emanado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho. No nº 1 do seu artigo 1º, refere que o rótulo ecológico visa “contribuir para a redução de impactos ambientais negativos, contribuindo para a utilização eficiente dos recursos e para um elevado nível do ambiente”.
Segundo o artigo 7º é com o pedido de atribuição do rótulo ecológico e mediante o acto administrativo da entidade competente que se atribui tal qualidade. Já no artigo 9º do regulamento conclui-se que posteriormente há a celebração de contrato entre “o organismo competente” e “o requerente do rótulo ecológico”. Posteriormente, dá-se uma campanha de informação e promoção do rótulo ecológico, junto dos consumidores, produtores, comerciantes, retalhistas e grande público, conforme nos refere o artigo 10º.

Perante esta moderna realidade, a Administração tem como funções promover a produção de produtos sustentáveis (celebrando contrato com o produtor requerente), fiscalizar a qualidade ambiental do produto, aplicando as devidas sanções em caso de incumprimento, como prevê o artigo 18º do regulamento, bem como sensibilizar os consumidores para a importância de tal campanha. Perante tal, resulta que o meio de actuação da Administração deixa de ser um meio de intervenção agressiva, para passar a ser um meio mais moderno e enquadrante com a realidade actual, vital no desenvolvimento e propagação da iniciativa.

Por fim, deixo o resultado de uma sondagem realizada pela Comunidade (para reflectir): 85% dos inquiridos revelam que o problema ambiental é um problema actual e urgente, enquanto 11% consideram um problema futuro, tendo os restantes nem equacionado o problema. Perante tal dado estatístico, pela crescente preocupação e consciencialização dos cidadãos, não será melhor largar as estimativas e passar aos actos? Cabe ao consumidor, enquanto cidadão, escolher os produtos “amigos” do ambiente e ditar as regras do mercado. Começar hoje a melhorar o nosso amanhã.

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