terça-feira, 3 de maio de 2011

Há e são verdes!

A União Europeia elegeu a produção de energia limpa como prioridade, tendo até havido um compromisso de carácter quantitativo e vinculativo por parte dos Estados Membros. Consequentemente, surge a necessidade de certificar a origem renovável da electricidade, dando origem a um mercado que fomenta economicamente a produção de energia a partir de fontes renováveis. Os “certificados verdes”, como são conhecidos na Europa, ou “renewable energy certificates” (RECs), como são conhecidos nos Estados Unidos da América, são títulos que atestam a origem renovável de uma determinada quantidade de energia eléctrica. Estes títulos têm um valor económico intrínseco e são livremente transaccionáveis, originando um mercado onde se transacciona electricidade renovável. Os certificados verdes são uma forma de assegurar que certa quantidade de energia foi produzida a partir de fontes renováveis.

Para além das naturais vantagens para o meio ambiente, há um aspecto interessantíssimo a este propósito, que se prende com um aproveitamento comercial – para as empresas que adoptam estes certificados verdes - e também tende a surgir um público-alvo atento e que norteia as suas decisões por padrões de preocupação ambientais. Eis o resultado de uma pesquisa por sítios de internet que versam sobre estas questões. E há dados verdadeiramente interessantes:


- 87% dos 1.000 presidentes de empresas elencadas pela Revista Fortune acreditamqua a sustentabilidade é importante para o lucro das empresas;- 90% da população americana considera importante que as empresas tenhampreocupações com o impacto de suas actividades sobre o meio ambiente;- 50% dos compradores de acções da bolsa americana consideram que empresascom preocupação ambiental e social apresentam um atractivo a mais para acompra das suas acções;- 75% dos estudantes de MBA das principais escolas americanas consideram apossibilidade de receber salários entre 10-20% mais baixos para trabalhar emempresas ambientalmente responsáveis.


E a este propósito, há um novo grupo de consumidores – o que selecciona os produtos que compra, dando prioridade aos que menos contaminam, privilegiando as empresas que investem na preservação ambiental – os chamados consumidores verdes.
E há já uma investigação, promovida pelo ISEG, que conclui, entre outras coisas, “não existe um desfasamento tão notório entre a intenção de compra e a compra efectiva de produtos verdes. Estudos anteriores, com destaque para o de Chan (2001), afirmavam que o consumidor ecologicamente consciente apesar de manifestar um nível de intenção de compra elevada, a mesma não se repercutia no seu comportamento de compra. Isto é, uma coisa era o que consumidor pensava e outra completamente diferente era como este agia. Esta constatação, poderá ser reveladora de que o comportamento do consumidor verde entrou numa outra fase, em que existe uma maior conformidade entre os seus pensamentos e os seus actos.”

Dito isto, parece que há uma maior preocupação com este tipo de questões. Se nós actualmente consumimos 25% mais recursos naturais do que a capacidade de renovação da Terra, em menos de 50% anos serão necessários mais do que um Planeta Terra para dar resposta às nossas necessidades de água, energia e alimentos. E depois?

Esta e outro tipo de questões relacionados com o Ambiente, seja ou não na vertente jurídica, têm aqui um excelente contributo.



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