sexta-feira, 6 de maio de 2011

O Consumo de Carne e o Ambiente


O impacto da produção da carne no ambiente é colossal face à produção de vegetais. Em 1997 quando nos EUA, existiam pouco mais de 265 milhões de pessoas, no relatório publicado nesse ano pela Universidade de Cornell, afirmava que os EUA podiam alimentar 800 milhões de pessoas com o grão que era dado ao gado. No mesmo relatório afirma-se também que são necessários oito vezes mais combustíveis fósseis para produzir proteína animal do que proteína vegetal e que a primeira é apenas 1,4 vezes mais nutritiva do que a segunda.

A adicionar a este aspecto, a produção de alimentos animais consome volumes muito elevados de recursos hídricos. Num mundo onde actualmente um terço da população não tem acesso a água para as suas necessidades diárias a escassez deste recurso torna-se cada vez maior, à medida que a população aumenta e países como a Austrália, Argentina, ou estados como a Califórnia se vêem assolados por secas severas. Sendo assim, é necessário gerir melhor este recurso que é a base da vida no nosso planeta. A partir do gráfico em baixo é possível observar a quantidade de água necessária para a produção de um quilograma de diferentes alimentos, com os alimentos animais a dominarem o topo da escala, como os mais consumidos sendo que, um quilograma de carne bovina necessita mais de 700% de água do que um quilograma de feijão de soja.

Embora o consumo de combustíveis fósseis e o consumo de água já sejam factores muito importantes, é importante também ter em conta que, em 25 anos 40% da floresta Amazónica já foi destruída, isto para campos para alimentar o gado que é servido à mesa dos países industrializados.

Por fim, é também importante referir o impacto dos gases com efeito de estufa, provenientes das criações animais. Uma vez mais, a pecuária surge no topo da lista, pois a fermentação entérica dos ruminantes dos quais se destacam os bovinos, são os maiores responsáveis pela emissão de metano, gás que, embora em termos de quantidade libertada venha a seguir ao dióxido de carbono, é 21 vezes mais poluente.

Em resumo, a fermentação entérica é um processo que decorre na digestão dos ruminantes onde através da fermentação os micróbios transformam o alimento, digerível pelo animal e, é neste processo que é produzido o metano.

Note-se ainda que se juntar as emissões dos processos digestivos ao estrume, a pecuária afasta-se ainda mais dos outros responsáveis pela emissão do metano. De forma a ficar com uma ideia mais concreta, e se falarmos do dióxido de carbono, um quilograma de carne de vaca produz tanto dióxido carbono quanto uma viagem de 250km de carro.

A indústria pecuária é a actividade que mais contribui para os gases com efeito de estufa, ultrapassando as emissões do sector dos transportes (automóveis, aviões e outros veículos), sendo assim responsável pela emissão de 18% de gases que contribuem para as alterações climáticas.

Assim pode verificar-se que a produção de carne produz uma factura ambiental muito grande, através do consumo de combustíveis fósseis, do consumo de recursos hídricos, de solo e ainda é um grande produtor de gases com efeito de estufa. Portanto, incorre na responsabilidade de cada um, o Planeta que se quer deixar às gerações futuras.

Talvez uma dieta vegetariana seja melhor para o ambiente mas ainda há um longo caminho a percorrer nesse sentido.

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